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Não é hora de ficar em cima do muro: é hora de eleger Lula

Tenho alertado que imaginar que a eleição de Lula está assegurada é ingenuidade e acreditar que prescindimos de alianças é arrogância, desde quando as pesquisas mostravam Lula vitorioso já no primeiro turno.


Até outubro, muitas oscilações podem ocorrer. E quem acompanha política nacional sabe bem que precisamos estar preparados para golpes do capital, com apoio da mídia, contra a candidatura popular de Lula.


A hora não é de titubeios, não é de projeção de egos. A hora é de apoiar Lula e unir forças para derrotar o fascismo e o bolsonarismo, derrotar a fome, o extermínio da juventude negra, a lgbtfobia, o negacionismo e o projeto de empobrecimento que compromete o presente e o futuro do Brasil.


A última pesquisa Poder Data, que aponta uma queda na diferença das intenções de votos entre Lula e Bolsonaro, reafirma que não é hora de sermos ingênuos ou arrogantes. Ainda não ganhamos nada.


Sim, o PSB errou. Errou quando apoiou o impeachment, num momento em que apoiar Dilma era apoiar a democracia do previsível e iminente golpe que estava em curso. Como disse recentemente Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, o Partido Socialista precisa reconhecer seu erro e fazer sua autocrítica.


A pergunta que inquieta a militância petista é: podemos confiar em quem nos traiu antes?


A pergunta é legítima, mas relativamente enganosa, porque outra pergunta deveria precedê-la: temos condições de eleger Lula e dar sustentabilidade ao seu governo sem o apoio do PSB? Essa pergunta foi respondida pelo próprio Lula e pelo diretório nacional do PT e a resposta é que precisamos do Partido Socialista para viabilizar nosso projeto de reconstrução nacional.


O inconformismo de uma parcela da militância pernambucana é que em Pernambuco não há vantagem eleitoral para o PT. Elegeríamos com folga governo estadual e senado.


Por que Pernambuco precisaria ser mais uma vez sacrificado, ao passo que São Paulo nunca precisa ceder?


Cabe ao PT nacional refletir sobre esse questionamento, que é sim necessário.


Por outro lado, é fato notório que o PSB nacional tem colocado Pernambuco como fiel da balança. E a nós cabe a reflexão se o projeto estadual tem maior peso do que a eleição e o apoio a Lula. Pessoalmente, desde o início de 2021 tenho dito aos correligionários que não repetirei a postura de 2018, quando fui crítica feroz da aliança estadual.


O que mudou? Tudo! Voltamos ao mapa da fome. Para alguns que fazem três refeições diárias isso pode ser um fato político negociável em nome da autonomia de um projeto estadual que pode comprometer o projeto nacional. Mas quem tem fome tem pressa!


Temos que definir o que é prioridade e ter dúvidas ou titubear neste momento pode significar comprometer a eleição de Lula ou a bancada federal que ele colocou como tarefa prioritária eleger.


Quem quiser pagar pra ver pode até votar em Lula, mas não está alinhado à sua visão de país e de futuro.


O diretório estadual decidiu se alinhar ao diretório nacional. E à parcela insurgente da militância que ataca com fogo amigo e incessante o próprio Partido cabe refletir a quem está servindo.


O argumento, repetido incansavelmente sempre pelas mesmas lideranças, de que o PT de Pernambuco virou uma célula dos socialistas não é apenas falso; é hipócrita. São essas mesmas lideranças que ocupam cargos públicos para seus aliados nos governos socialistas pelo interior. É tudo um grande jogo de cena para a militância engolir.


O PT ter retirado sua candidatura viável ao governo de Pernambuco mostra a grandeza de nosso Partido, e não nossa subserviência, como algumas vozes críticas, às vezes movidas pelo ego, afirmam. Queremos eleger Lula e a bancada federal que ele nos pediu e não estamos dispostos a arriscar nada. Essa é nossa prioridade inegociável.


Quem tem fome, tem pressa. E nosso povo tem fome. A gente quer comida, diversão e arte. A gente quer tudo o que o bolsonarismo nos tirou. Você tem fome de quê? Você tem sede de quê?


Eu tenho fome de comida, educação e saúde para nosso povo. Eu tenho sede de justiça, democracia e respeito às mulheres, às pessoas negras e LGBTQIA+.


Não tenho dúvidas de estar do lado certo da história: ao lado de Lula e da Frente Popular que vai elegê-lo e consolidar sua governabilidade.


O lançamento da pré-candidatura da Frente Popular, em Pernambuco, foi o primeiro ato oficial de apoio a Lula no Brasil. Ter estado presente nele é meu ato inequívoco de posicionamento num momento histórico que exige de nós decisão.


Defendo que essa decisão precisará ser tomada por quem apoia o projeto que o PT traçou para retomar o crescimento e a justiça social para nosso país e nosso povo. É nosso dever histórico. E dever histórico se cumpre, ao arrepio de anseios pessoais.





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